Com um enfoque diversificado, estrutura literária e investigação profunda, acontecimentos ganham caráter humano e criativo, tornando-se além de um documento jornalístico, uma obra audiovisual. Por meio de imagens de arquivo e depoimentos de jornalistas, repórteres cinematográficos, busca-se identificar o método utilizado pelo jornalista na investigação e os elementos empregados na narrativa da denúncia social. Com este viés investigativo e de bastidores, vamos trazer a história da invasão do morro do alemão.
Cerca de 160 mil pessoas vivem nas favelas que compõem o Complexo do Alemão, bairro com o mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano da cidade do Rio. A região concentrava 40% dos crimes da cidade e boa parte do tráfico. Traficantes afugentaram dali quase toda a atividade produtiva – no passado, a região era o maior polo industrial do Rio. O "alemão" que dá nome ao morro era polonês: Leonard Kaczmarkiewicz, que imigrou para o Rio depois da Primeira Guerra e implantou na região uma zona industrial. Desde que a cocaína se tornou o melhor negócio dos morros, na década de 1990, 30 mil pessoas já morreram nos bairros que integram o Alemão.